sábado, 9 de maio de 2015

Há sangue correndo nas veias: Chape demonstra raça, empolga a torcida e garante três pontos na estreia do brasileirão

Foto: Márcio Cunha

Se tem algo que nos une e identifica e a paixão. E se tem algo que vai continuar fazendo nossos corações vibrarem na frequência dos gritos histéricos, raivosos, passionais que partem da arquibancada em direção ao gramado é jogar a Série A do brasileirão. Mesmo quando deixar de ser novidade, vai continuar parecendo inédito. Cada partida, antes mesmo do apito inicial, é prova de como somos grandes. Cada partida, independente do resultado, é marca da nossa meritocracia.
Hoje, no jogo que marcou a estreia do nosso Verdão, pelo segundo ano, na primeira divisão do campeonato brasileiro, não poderia ser diferente. Antes da partida os ponteiros do relógio se arrastavam e o tempo insistia em não passar – parece não saber que todo minuto sem ver a Chape jogar é sinônimo de saudade. O clima instável, a temperatura oscilando... Mas todos os caminhos conduzindo a um só destino: a nossa Arena Condá. E ali, nas arquibancadas coloridas pelo verde e branco, havia algo de sólido, além do concreto: a atmosfera do espetáculo. Pairavam entre os torcedores alguns nebulosos receios. Medo de que a apática estreia do ano passado, contra o mesmo Coritiba, se repetisse. Bastou o juiz dar início a partida para percebermos que o filme seria outro.
Três minutos de jogo, o primeiro gol do brasileirão e a tentativa – infeliz – de estragar a nossa festa. Rafhael Lucas aproveitou cobrança de escanteio e estudou as redes da meta que defendia o goleiro Danilo. Balde de água fria, propício para acordar. Vai além do meu entendimento saber o que se passa na mente de qualquer ser humano, mas ali, naquele momento pós-gol, despertamos da letargia com um chacoalhão de “pera aí, isso aqui não é treino. Isso aqui é campeonato brasileiro. Isso aqui é guerra”.  Dali em diante não vimos primor técnico, mas vimos raça. E é isso que nos diferencia. E foi isso que nos moveu em direção ao gol de empate. Aos 29 minutos da primeira etapa Elicarlos arriscou de longe e com “assistência” do goleiro do Coxa, cravou o empate. A Chape, madura e concisa nas jogadas, levantou a torcida e deixou o gramado, para o intervalo, abaixo de aplausos.
No retorno para a etapa final, ameaça de volta à inércia. A Chape chegava ao ataque, mas pecava na precisão das finalizações. Na cabeça dos torcedores – mais realistas ou pessimistas – já começava a ecoar a máxima de que “quem não faz, leva”. A aflição, no entanto, foi apaziguada aos 20 minutos, quando Roger recebeu belo passe de Ananias e comprovou a eficiência do nosso ataque. Os 2 x 1 no placar, mesmo com muita bola pra rolar, por algum motivo nos deram a certeza de que estes três pontos eram nossos. E quando uma fina chuva caiu sobre o velho Condá, dispersando os torcedores, deu pra notar, com mais facilidade, que não havia nenhum rosto ali que não estampasse um sorriso.
O time jogou, a torcida jogou junto e a vitória veio. E mais do que a vitória, uma sensação de alívio por ver as peças e engrenagens da patrola verde e branca se encaixando. E mais do que os três pontos, o gostinho – mesmo que breve – da liderança. Não era treino; era campeonato brasileiro. E campeonato brasileiro é guerra. E em guerras, meus amigos, só se entra pra ganhar.

Avante, Chape! 

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