domingo, 17 de maio de 2015

Complexo de vira-lata: Sobre a urgência da Chapecoense se assumir GRANDE

Quando perdemos a Copa do Mundo, em 1950, em pleno Maracanã, o célebre Nelson Rodrigues cunhou o termo “Complexo de Vira-latas”. Nelson se referia à inferioridade que o brasileiro atribuía a si mesmo em relação ao resto do mundo. Passadas mais de seis décadas, não é preciso ser p.h.d em futebol para perceber que a Chapecoense parece sofrer do mesmo mal.

Depois de um meio de semana pra ser apagado da memória, quando com a faca e o queijo na mão demos de comer na boca do adversário, ontem, longe de Chapecó, enfrentamos a equipe do Corinthians. Não vou me ater a detalhes táticos da partida. Sei o que é impedimento, mas escrevo mais com a emoção do que com a razão e a técnica. O gol que tomamos foi uma infelicidade do destino, uma surpresa desagradável, um cavalo de Tróia. Porém, a partir daí, podíamos ter buscado, no mínimo, o empate.

“Torcedor não pode, apenas, comentar o resultado”. “A Chapecoense foi superior”. “Não nos apequenamos diante do Corinthians”. Cara, aí eu te pergunto: Campeonato de pontos corridos analisa a teórica superioridade de um time ou de outro numa partida? Não. A não ser que essa superioridade se converta em prática e, consequentemente, nos três pontos quando o juiz apontar o centro de campo. No início do brasileirão de 2014, contra Coritiba, Corinthians e Grêmio nos apontaram, com muita veemência, como melhores em campo. Resultados? Um empate e duas derrotas, um mísero ponto somado. Passamos o resto do campeonato no fio da navalha e lamentando os “e se”.

Há uma semana eu escrevia, empolgada e com as esperanças renovadas, sobre a nossa vitória pra cima do Coritiba. Há uma semana eu estava de pés firmes no chão, sobre as nossas possibilidades no campeonato, mas positivamente surpresa com nossa postura na primeira partida. Hoje estou aqui pedindo aos céus para que a maturidade diante do coxa não tenha sido fogo de palha. Há um eterno dilema sobre “Jogar mal e perder”  e “jogar bem e perder”, mas realmente me incomoda nadar e morrer na praia.

Parafraseando Ricardo Gonzalez, blogueiro e entendido do assunto, “a Chapecoense precisa se assumir como grande”. Não podemos nos conformar com o “fomos melhor no jogo”. É preciso a sensibilidade de notar algo clarividente: precisamos ir melhor no placar. Qualquer coisa que fugir disso denota incapacidade, covardia e pequenês. A superioridade está em vencer. 

Me assumo, aqui, torcedora que comenta resultado, porque acredito numa Chapecoense capaz de muitos 3 pontos. Só falta ela mesmo "perceber o seu tamanho" e também acreditar. 


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